O Brasil é formado por diversas raças, muitas misturas e em poucos casos, conseguimos encontrar famílias que tem uma origem européia, que não tenha tido misturas com outras etnias. No entanto, muitos brasileiros orgulham-se em dizer que são descendentes de europeus, italianos, portugueses, e assim por diante, porém, alguns que são descendentes de negros ou indígenas acabam rejeitando a sua origem, ficam nas escondidas da sociedade, por um preconceito ou discriminação que o mesmo sujeito tem, a sociedade que criou e alimentou essas injustiças e crueldades sobre as raças dominadas e colonizadas pela obsessão do capitalismo que implantou aqui a escravidão. Nas histórias, relatada por quem escravizou, colonizou e eliminou as inúmeras tribos de índios e africanos, contam que nesta terra, só viviam primitivos, não havia uma civilização, só houve com a chegada dos portugueses, mas alguns outros historiadores da própria corte portuguesa que aqui dominava, contaram outra história, na qual os primeiros portugueses, a viverem nessa terra, foram os ladrões, prostitutas, pequenos comerciantes devedores da corte, que tinham a ordem de explorar, colonizar e enviar os recursos extraídos dessa terra, para pagamento das suas dívidas.
Na África, os negros dominavam um grande conhecimento, em relação ao ouro e jóias raras, esses foram um dos motivos a levar a sua a busca pelos negros, para explorar a terra até então desconhecida, os índios não dominavam esse conhecimento, tinha um conhecimento pela mata e madeiras. Começa assim uma exploração do minério Brasileiro, encontrado em grande concentração e espalhado por varias partes do território brasileiro. Portugal começa inúmeras experiências para produzir no Brasil e vender no comercio exterior.
Grandes poetas relatam em alguns de seus poemas, versos e livros a época da escravidão que ocorreu no Brasil. Navio Negreiro escrito por Castro Alves é um dos poemas clássicos que retratam a vivencia da saída até a chegada ao Brasil, o conforto e comodidade que os negros escravizados tiveram em sua viagem.
O espaço escolar poderá auxiliar as crianças, a incluir uma visão de outro tempo, a forma de pensar no mundo a partir do seu presente, olhando para o passado. Em uma simples reflexão na historia entre os tempos de hoje e há aproximadamente 510 anos atrás. Vemos uma grande semelhança entre os tratamentos obtidos pelos escravos, suas dificuldades e os conflitos, migrações de povos para a cidade, tendo um grande numero de desemprego, um aumento de moradores de rua, moradias em áreas de risco, entre outras mais.
Envolver a compressibilidade da vida, a ética, saúde, a desigualdade social, a transformação das técnicas e das tecnologias, as diferenças culturais, religião, costumes, lutas e as conquistas políticas, travadas por indivíduos, por classes e movimentos sociais. Ajudar o aluno a desenvolver o seu conhecimento, diante das diferenças socias e culturais, dando a oportunidade dele ser um historiador da sua própria vida, no qual ele sai do presente traçando um volta ao passado, descobrindo os motivos do caminho traçado até o passado.
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
Fernando Carvalho