quinta-feira, 20 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO QUE INCLUI AS EXCLUSÕES.


A fim de divulgar como as ações de instituições podem mudar a realidade de muitas crianças, trouxemos o relato de Alvina, funcionária do Centro Comunitário das Crianças Nossa Senhora de Guadalupe, que por email descreveu como foi ser atendida por pessoas que acreditam na possibilidade da inclusão social.
Meu nome é Alvina de Oliveira Santos tenho 28 anos. Entrei na Instituição aos 09 anos voltei a estudar, fui desligada na idade limite 15 anos e 11 meses, e aos 16 anos as irmãs me convidaram a trabalhar. Para assim poder ter meu próprio dinheirinho. Apesar de que tenho quase certeza que essa foi uma forma de me segurar para que eu não voltasse para as ruas. É muito gratificante estar trabalhando no local onde me resgataram e me ensinaram que podemos vencer desde que acreditamos nos nossos potenciais. Descobri o esforço e a dedicação maravilhosa que as irmãs fazem para manter a instituição e dar oportunidades mais digna as crianças/adolescentes desse bairro que é tão carente de cultura, esporte e lazer. Nos anos 90 época que fui atendida pela instituição as crianças/adolescentes não tinha oportunidades de cursos com bolsa auxilio. Só existia o Centro Comunitário que resgatavam crianças/adolescentes das ruas, marginalidades e violência que era o nosso bairro, mesmo com poucos recursos fiz aulas de culinária, panificação e confeitaria, artesanato todos esses cursos com certificados do SENAI que naquela época era umas das grandes parcerias das Irmãs, junto com a C&A e a FEBEM atual Fundação Criança de São Bernardo do Campo.
Graça as irmãs e a instituição, não só eu, mas também irmãos, colegas e amigos que naquela época participaram da instituição e que tenho contato posso afirmar que temos uma vida estruturada.
E é tão bom saber e acompanhar os seus filhos que estão participando da instituição que deram oportunidades e abriram portas os seus pais e todos nós.
Antigamente eu não tinha a visão que tenho agora. Da realidade de cada um desses atendidos. É muito boa a satisfação de poder contribuir com essas crianças/adolescentes o mesmo que fizeram por mim.
Fizemos a questão de deixar o relato na integra sem recortes para divulgar como ações sociais podem transformar a realidade de pessoas em uma sociedade que segundo Paulo Freire valoriza mais o ter do que o ser.
O Centro Comunitário Crianças Nossa Senhora de Guadalupe, que em outra ocasião tivemos a oportunidade de conhecer, atende 250 crianças e adolescente (dos 06 anos até completarem 16 anos) da comunidade do Grande Alvarenga sendo que, a maioria pertence a um grupo de vulnerabilidade social, e alguns casos de encaminhamentos do conselho tutelar entre outros.
No local trabalham 22 funcionários entre eles oito educadoras, uma psicóloga, uma assistente social, auxiliares de limpeza, cozinheira entre outros. Possuem 10 salas onde são desenvolvidas atividades de artesanato, culinária, informática, canto, coral, projetos com o apoio de voluntários como o RAP AFRO X que desenvolve um trabalho sobre a cultura do Hip Hop com duração de 12 meses.
A instituição tem como finalidade promover ações sócio-educativas e culturais à criança, ao adolescente e sua família, para que possam atuar como cidadãos ativos e criativos. E por meio dessas ações a comunidade vai adquirindo autoconfiança e se fortalecendo através das atividades e vivências que são oferecidas.
Eliana Rodrigues

Um comentário:

  1. Olá Educadores! Bela postagem e grande relato!
    Tenha uma excelente quinta-feira! Abraço do blogueiro navegante.

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso.” (Jefhcardoso)

    Convido para leia e comente “A PEQUENA LOJA” em meu blog http://jefhcardoso.blogspot.com e, caso goste, conto com a sua divulgação para ao menos mais um amigo; obrigado!

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