quarta-feira, 19 de outubro de 2011

É POSSÍVEL SER CIDADÃO NO BRASIL?


Milton Santos, em seu livro “o espaço do cidadão” no capítulo intitulado “Há cidadãos neste país?” nos traz uma provocação bastante plausível em se tratando do conceito de cidadania e o seu significado em nosso contexto.
Antes de tudo, vale ressaltar que a palavra cidadania e política são palavras que estão intrinsecamente relacionadas. Como afirma o professor Mario Sergio Cortella, “A noção de política está apoiada num vocábulo grego, polis (cidade) e cidadania se baseia em um vocábulo latino correspondente, civitatem”. Assim, as pessoas costumam dar conotação diferente a essas palavras, dando maior valor a cidadania e menosprezando a política. Em nosso país muitos sequer sabem que são portadores de prerrogativas sociais como afirma Milton Santos em seu livro.

Milton Santos traz a dimensão do discurso das liberdades humanas e dos direitos garantidos. Tantas vezes exaltados e repetidos e também deixado de lado. O respeito ao indivíduo é a consagração da cidadania, que implica ao cidadão todos os direitos e deveres que lhe constituem como cidadão.
A noção de cidadania para muitos Brasileiros se restringe ao ato de votar, mas cidadania está muito mais além. Diante disso, Milton Santos, nos chama a atenção para o “não-cidadão do terceiro mundo”. Porque nos países subdesenvolvidos há uma parcela de diferentes classes, e dentro dessas classes há pessoas que são mais cidadãos que os outros, e outros que são menos, e outros que nem ainda o são.
O nosso país é sem dúvida ainda refém desta realidade e caminha lentamente para uma possível melhora. Cidadania, como Milton Santos afirma é coisa que se aprende.
Assim, é papel da escola e do docente fazer a dialética entre a cidadania e outras disciplinas, contribuindo, desta maneira para a formação de cidadãos críticos que certamente, teriam uma participação mais ativa na política e um olhar crítico para esse mundo tão marcado pelo consumismo exacerbado oriundo do capitalismo; e, sobretudo, conscientes dos seus direitos e deveres para com a sociedade.

Rodrigo Oliveira.

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